Ficara tudo lá, pra trás, apenas fechei a porta e saí. Dentro estava escuro, frio, úmido, tão triste que nada se refletiria no espelho. Todo esse tempo ouvira a memória arrasando qualquer sorriso, a lembrança cravando a marteladas momentos irreversíveis, planos falidos, corpo doido e o silêncio.
Depois da chuva, o luar banha as pedras da rua vazia. A rua e afinal a lua, ainda estavam ali. A passos firmes, eu subo a ladeira que sempre desci, com sapatos novos que ainda me fazem doer os velhos calos. Vou andar por novas ruas e cruzar velhas praças onde antes passeara, vou descobrir novas passagens e avenidas repletas de futuros, vou caminhar até que não sinta mais meus pés e aí, vou ver nascer meu sol outra vez.
Beijar o adorável impossível era sempre um começo. Descobrir a insuportável farsa é que se transformou no fim.
Não me ligue nunca mais, nunca mais estarei naquele lugar.
(e.)
(e.)
3 comentários:
Olá, David!!
Passei pra conhecer seu blog. E virei sua seguidora.
Abraços
David,
Que bacana seu blog, especialmente este post.
No blog da Manu tem um post dedicado a você, por isso cheguei até aqui, e valeu a pena!
Deus! Olha que bom, novas vizinhas de mudança pra minha rua. Sejam bemvindas e muito obrigado pelo carinho às letras.
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