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Menino besta cheio de sonhos aprisonado no corpo de um homem sóbrio e cheio de desejos.

Escolha a dose.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Insônia

Mais uma vez ele a rondou por toda a noite. Era o mesmo deitar inquieto, velho companheiro, que lhe tomava as noites a encher a cabeça tola de idéias e planos, sonhos que não lhe deixavam dormir. E ela gostava disso. Era a hora produtiva do seu dia onde não se interrompia por nada.
Perto dela, como um anjo que pastoreia uma criança, sua imagem em saudades balançava de lado a lado o seu pensar rasteiro. E um misto de imagens lentas de momentos passados a atropelava sem pena numa avalanche de planos futuros, possíveis ou não.
Ultimamente, ele tinha compartilhado muito dessa sua hora. Olhos no teto. Olhos nos cantos. Há luz. Um pio, latido, estalo. Um Tic, um Tac.
Virava e rolava em silenciosos lençóis, cúmplices se contorcendo em dobras a escrever mais um capítulo. Vinha o rosto, os olhos, vinham as mãos, vinha cada pedacinho dele lhe assombrar prazerosamente e inteiro ou aos pedaços, era ele na sua mente a dizer que também sente, ali, assim tão presente. Ele não prometia nem mentia sempre, mas continuaria ausente.

É certo que hoje a noite, ele a encontrara novamente. E só sua pele vai estar ausente.
(e.)


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