Nota:

Minha foto
Menino besta cheio de sonhos aprisonado no corpo de um homem sóbrio e cheio de desejos.

Escolha a dose.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A competência de cada um.

E daí? Você votou na mãe de alguém? Sabe lá se o cunhado dele sabe mexer no Windows? E será que a sobrinha do ex-marido da moça que apresentou o cara que vendeu o velho fusquinha da sogra do porteiro do prédio que morou a primeira namorada de um colega de república de estudantes onde estudou o irmão daquele gordinho, como era mesmo o nome dele? Bom, aí nesse caso será que é parente? E será que a questão é ser ou não ser parente? Ser ou não competente? Ou ser ou não da conta da gente? E parente entra em cédula eleitoral que nem existe mais? Ou está no retratinho da urna eletrônica junto com o candidato? Ali abraçadinho, ou aparece no horário gratuito eleitoral? Como seria a campanha? Para ex quase futuro sogro vote Adamastor com o número 477.45321. É parente, mas trabalha. Ou ainda: Vote Adamastor. O parente assessor.
O fato é que a gente elege o cara ou manda a criatura pro congresso, pra câmara, pra assembléia, pro palácio os cambaus, porque acredita nele ou nela e será apenas o que ele, ou ela, vier a fazer lá que vai garantir a qualidade desses mandatos, o sucesso da nossa escolha, o cumprimento da missão ou pior, a sua própria e desejada reeleição. Não, o trabalho, ou melhor, a participação do eleitor não acaba aí não, não estou dizendo isso. A gente não é Gelol, mas tem que participar. Tem que dar opinião, chegar ou tentar chegar junto. Tem que escrever e-mail, carta, telefonar, tem que reclamar, elogiar, dar esporro, entrar na “Cartas do Leitor”, qualquer coisa que possa colaborar com o mandato. Eu falei co-la-bo-rar. Não falei ficar jogando pisica e na falsa-moral, ficar apontando defeito com dedo sujo não.
Rapaz minha mãe costura e borda que é uma beleza, mas se entendesse mais que eu de Reforma Tributária já tava empregada no meu gabinete. Ou você preferia que fosse a sua mãe? Bom, ta certo, não vamos botar a mãe no meio, ou no cargo. Sabe o que é pior? Pior é a turma eleita ficar escondendo o jogo. Contrabandeando parente, traficando cunhado, sobrinha, irmão. Fazendo troca-troca de parente em gabinete, é um absurdo. Você bota no meu que eu boto no seu. Um horror.
A questão é mesmo de competência moral do eleito. Ou tem ou não tem. A capital mudou-se para Brasília e um exército de funcionários da casa permanece nas praias do Leblon e Ipanema. Cargos são quase que hereditários entre secretárias, taquígrafos e foto copistas. Coisa de família sabe como é né? Mas tudo concursado viu? No sertão o vereador nomeou o jumento assessor de transportes. Qual é o problema? Este ao menos, nas costas, levava o parlamentar para o trabalho muito mais que o cunhado da prefeita nomeado como motorista. Na porta do deputado lia-se “Dá-se D.A.S. 50% de comissão”. Um senador fez publicar: “Indica-se cargos federais, estaduais, municipais e imorais”.
Votou ta votado meu amigo e vamos ver no que é que dá. Se não prestar não volta e pronto. Vai-se agora querer criar uma lei pra regular quem faz lei?
- Ah! É parente? Em que grau? Em primeiro e segundo grau na lei não pode.
- É amante.
- Ah! Amante não é parente. É carente e carente pode.
- Mas é amante em primeiro grau rapaz, olha o respeito!
O melhor é ver antes se o candidato tem ao menos primeiro ou segundo grau completo. Não que faça diferença apenas ajuda a entender se em breve, em algum plenário ou gabinete se ouvir o diálogo:
- Ih colega, vinha andando ali pisei num nepotismo que fizeram bem no corredor.
- Ih rapaz! Pisou? Vai feder.

Nenhum comentário: