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Menino besta cheio de sonhos aprisonado no corpo de um homem sóbrio e cheio de desejos.

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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Pilar

   Há momentos em que a única solução, é partir em viagem que não termina, sabendo que pior que nunca chegar é nunca partir.
   Partir não por covardia, mas partir porque é melhor recomeçar do nada, que não ter sequer o nada para recomeçar. Pois nada justifica o som do pilão batido à toa, socado à suor, à calo, de pilar o vazio por hábito ou rotina, não o fazendo por querer, o fazendo pois é sina pilar, pilar e pilar. Pilar em oco e no pilão, se fazer em partes e, nas mãos se fazer em calos, até cessar. Então cesso e me calo. Recuso o pilar e parto.   
   Parto e partindo me parto repartindo as partes. Entrego um pedaço a cada um, e a cada pedaço, me entrego em partes um por um.
   Parto como quem vai voltar e encontrar na volta o vazio do nada que deixou para trás.

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