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Menino besta cheio de sonhos aprisonado no corpo de um homem sóbrio e cheio de desejos.

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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Se amar em si

Passara sim todos aqueles anos lembrando o primeiro aperto de mão.
Por trás da mão estendida, havia um rápido sorriso, daquela total desconhecida, que invadira seus olhos sem pedir licença. Apenas um sorriso num rosto sem história, sem passado, sem perfil, mas, era o sorriso que, sem saber, esperara toda a vida.
Tantas foram as suas paixões, amores até, tantos foram os dias com tantas em que vivera em paz, sem saber que havia sim, um sorriso como aquele no quase fim da sua própria estória.
E vieram os dias. Viera o conviver, o ver e o conhecer, até que daquele sorriso nascera o desejar. Um desejar de tudo. De dar as mãos, de estar perto, de contar segredos, de confiar, de rir das coisas bobas e de chorar ao ver um filme, de passear e ver o mar; de contar estrelas e fazer poemas, cantar canções, serem corações, de elogiar o cabelo, enrolar-se em lençóis, decorar nomes e redecorar casas; viria o desejar repartir, amparar, cuidar, conviver; viria o que alguém disse um dia ser amar. Vivia sem contar quantas vezes respirara, mas sabia quantas vezes ela lhe tirara o fôlego.
Mas durante todo o tempo amou só, sem reflexo. Amou sem ser amado.
Até que desistiu daquilo que mais amava por não conseguir mais se amar em si.
E a partir dali, talvez, voltaria a ser feliz.



2 comentários:

Vida... disse...

amar é por vezes um ato solitário...

Anônimo disse...

Como disse Hebert Vianna "saber amar é saber deixar alguém te amar".