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Menino besta cheio de sonhos aprisonado no corpo de um homem sóbrio e cheio de desejos.

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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Infarto

Fazer um coração parar de amar é o mais cruel dos pecados. É negar-lhe o próprio ofício: O de amar. É como romper-lhe as veias e sentar-se a apreciar o definhar.
Primeiro se apaga o brilho nos olhos, depois secam-se os sorrisos, segue-se o minguar da poesia, o sonhar, o querer tocar estrelas o não querer caminhar. Tudo murcha, tudo apaga, opaco e morno à espera do frio que virá no final.
Um coração árido não recupera o frescor por mais que se regue em lágrimas, não vê luz por mais que acenda velas de súplicas, não flora, não mais, pois a dor lhe faz crescer raízes apenas, profundas e mais profundas raízes, nunca flores.
Morem naturalmente o fígado de cirrose, o pulmão de enfisema, o estômago de úlceras, os rins de paralisia. Mas, a verdadeira parada é a cardíaca.
É no parar de amar que realmente cessa o viver.

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