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Menino besta cheio de sonhos aprisonado no corpo de um homem sóbrio e cheio de desejos.

Escolha a dose.

sábado, 5 de março de 2011

Sorrir

Se havia furtado o direito de não mais sorrir. Não que não por direito o destino pudesse ter feito assim. Mas o havia feito. E por isso não sorria.
Não por tristeza ou fraqueza de alegria, o que sentia, era só um não sorrir, nem à toa, nem por motivo algum. Passara a ser só um viver tanso vez que não havia cores no seu viver.
O velho, findado em espera, sentava-se à soleira da porta gasta, de tantos vais e vens, toda tarde, por todas tardes e tardes, como se noites não houvesse.
Um dia seria um último sentar, um último fumar, um último desejar não sentir tanta falta, tanto vazio, tantos senões. Um dia viria um vento da praia e lhe sussurraria ao pé do ouvido “Vem, vem” .
Dali ao ocaso seria um passo. Mesmo ainda sóbrio se deitaria atendendo ao vento e então morreria.
Mas, ainda sem sorrir, por fim, descansaria.



3 comentários:

Anônimo disse...

ttststssss

Anônimo disse...

o sorriso embevece, o "olhar" pra dentro enobrece

Erica Vittorazzi disse...

E quantas pessoas existem assim? Param de sorrir por alguma razão e esquecem de ser feliz.


Beijos,