O poeta ama em fim suas palavras.
Em princípio, elas não o traem, não o censuram, não questionam a ele os sentidos ou apuram lógica qualquer. Palavras lhe são carinhosas quando assim ele as necessita e duras o quanto preciso o é. Fiéis seguidoras, as letras alinhavadas, costuram suas carências, vazios e pedaços rasgados do coração. Bem ajuntadas, proporcionam-lhe a lascívia enquanto ele seduz-se na grita por prazer sem culpa. Se por ira ele escreve, mesmo assim, os versos lhe serão fiéis e desejáveis.
Amáveis ou cruéis, palavras são verdadeiras aos ouvidos do poeta e sendo de próprio punho serão as únicas coisas verdadeiramente suas. Para sempre, suas em sua solidão.
2 comentários:
É verdade. O poeta ama mais do que tudo suas palavras, o resto é só motivo para escrever. Lindo texto!!!
As palavras são verdadeiramente o que se passa no coração do poeta. Por mais que não acredite, o que ele escreve é o que lhe vai na alma.
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